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Qualquer profissional, mesmo que não saiba a diferença entre rochas ígneas ou meta-
               mórficas, nunca deixará de ficar extasiado diante de granitos e mármores, magníficas
               obras-primas da natureza, seculares e únicas.



               Mantemos  uma  relação  íntima  com  as  pedras  desde  a  pré-história.  Construímos
               artefatos, armas e ainda nossas primeiras moradias foram as cavernas. E mesmo sem
               uma análise histórica aprofundada da sua utilização, sabemos que as grandes cons-
               truções,  os  castelos  e  palácios,  as  igrejas  e  templos  transformaram  as  rochas  em
               verdadeiros sinônimos de requinte e de bom gosto.


               A beleza das rochas é tão grande, que a indústria cerâmica não cansa de reproduzir

               suas  texturas,  veios  e  matizes.  Nada  contra,  apesar  de  pessoalmente  detestar
               qualquer tipo de cópia.


               Vim parar no maior polo industrial das rochas ornamentais, Cachoeiro de Itapemirim, e
               acabei crescendo profissionalmente num setor que se expandia rapidamente. Virei um

               arquiteto apaixonado por elas, dedicando parte do meu tempo a demonstrar aos meus
               colegas suas inúmeras possibilidades de uso.


               Rochas ornamentais existem de todos os tipos e cores, com preços disponíveis para
               todos os tipos de consumidores, sendo que algumas podem custar mais barato que a
               cerâmica que se propõe a imitá-las.


               Com as novas tecnologias de beneficiamento e acabamento, podemos garantir que é

               possível  cortar  e  modelar  as  rochas  ornamentais  da  mesma  forma  que  estamos
               acostumados a fazer com a madeira. A imaginação do profissional é que será o nosso
               limite.


               Não tenho a competência dos pesquisadores que são meus pares, mas tenho, como

               eles,  a  paixão  pelo  material.  E  é  através  dessa  paixão  que  acredito  que  nós  não
               devemos ter receio das rochas ornamentais. E digo ao meu caro colega arquiteto: -
               “Não tenha medo de USAR nem de OUSAR. O material nos permite”.


               Arquiteto Renato Paldês - FAUSS/1980.




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