Page 9 - Arquitetura - DOC 11
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Qualquer profissional, mesmo que não saiba a diferença entre rochas ígneas ou meta-
mórficas, nunca deixará de ficar extasiado diante de granitos e mármores, magníficas
obras-primas da natureza, seculares e únicas.
Mantemos uma relação íntima com as pedras desde a pré-história. Construímos
artefatos, armas e ainda nossas primeiras moradias foram as cavernas. E mesmo sem
uma análise histórica aprofundada da sua utilização, sabemos que as grandes cons-
truções, os castelos e palácios, as igrejas e templos transformaram as rochas em
verdadeiros sinônimos de requinte e de bom gosto.
A beleza das rochas é tão grande, que a indústria cerâmica não cansa de reproduzir
suas texturas, veios e matizes. Nada contra, apesar de pessoalmente detestar
qualquer tipo de cópia.
Vim parar no maior polo industrial das rochas ornamentais, Cachoeiro de Itapemirim, e
acabei crescendo profissionalmente num setor que se expandia rapidamente. Virei um
arquiteto apaixonado por elas, dedicando parte do meu tempo a demonstrar aos meus
colegas suas inúmeras possibilidades de uso.
Rochas ornamentais existem de todos os tipos e cores, com preços disponíveis para
todos os tipos de consumidores, sendo que algumas podem custar mais barato que a
cerâmica que se propõe a imitá-las.
Com as novas tecnologias de beneficiamento e acabamento, podemos garantir que é
possível cortar e modelar as rochas ornamentais da mesma forma que estamos
acostumados a fazer com a madeira. A imaginação do profissional é que será o nosso
limite.
Não tenho a competência dos pesquisadores que são meus pares, mas tenho, como
eles, a paixão pelo material. E é através dessa paixão que acredito que nós não
devemos ter receio das rochas ornamentais. E digo ao meu caro colega arquiteto: -
“Não tenha medo de USAR nem de OUSAR. O material nos permite”.
Arquiteto Renato Paldês - FAUSS/1980.
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